Testado positivo em julho de 2023 para o heptaminol - um estimulante proibido em competição - o atleta de 32 anos, que tinha como objetivo os Jogos Olímpicos deste verão em Paris, alegou contaminação acidental através de suplementos alimentares. Foi suspenso por nove meses "com efeitos a partir de hoje (segunda-feira)", disse Ayela, acrescentando que estava a considerar a possibilidade de recorrer.
"É uma decisão extremamente grave e injusta", disse à AFP o advogado, que recebeu a decisão do Comité de Sanções da AFLD, um organismo independente, na tarde de segunda-feira.
"Todos concordam que ele nunca se dopou e que foi vítima de contaminação através de suplementos alimentares", acrescentou.
Mouhamadou Fall, que terminou em sexto lugar nos Mundiais de Budapeste com a estafeta de 4x100 metros em 2023, tinha alegado uma contaminação acidental no início de abril através de suplementos alimentares que, sem o saber, continham octodrina, da qual o heptaminol é um metabolito.
Sem contestar a teoria da contaminação, o representante do colégio da AFLD, Antoine Marcelaud, pediu uma suspensão de 15 meses, em vez dos dois anos que teria sido aplicada.
Na decisão do Comité de Sanções, "o jogador é criticado por não ter sido suficientemente cuidadoso na escolha dos suplementos alimentares", explicou Ayela na segunda-feira.
De acordo com a Agência Mundial Antidopagem, tanto o heptaminol como a octodrina são substâncias que pertencem à classe dos estimulantes proibidos em competição, mas que podem ser encontrados em muitos medicamentos e suplementos.
Mouhamadou Fall, que treina em El Paso (Texas), vê a sua participação nos Jogos Olímpicos desaparecer com esta suspensão.
Tetracampeão francês dos 100 metros (2020, 2021, 2022, 2023), poderá, no entanto, recorrer ao Conselho de Estado, segundo Ayela.
Quando o seu teste positivo foi tornado público em setembro, o atleta já tinha sido objeto de um outro processo junto da AFLD, que o acusou de três violações das suas obrigações de rastreio antidopagem em 2022. Foi absolvido em julho de 2023 neste primeiro processo, mas a AFLD interpôs um recurso que ainda está pendente.