VERDE: A coroação
Com duas jornadas por disputar, o Sporting sagrou-se campeão nacional. Pela segunda vez com Rúben Amorim ao leme, a equipa leonina festejou numa época marcada por vários registos avassaladores, sobretudo em termos ofensivos. Com 92 golos marcados no campeonato (27 deles de Viktor Gyökeres), os leões devoraram a concorrência com uma segunda volta avassaladora, em que ainda não conheceram o sabor da derrota.
De resto, só Benfica e Vitória SC conseguiram até agora (Estoril e Chaves são os últimos a ter oportunidade de o fazer) derrotar um campeão que é praticamente incontestável. No covil do leão ainda ninguém conseguiu roubar pontos (16 vitórias em 16 jogos)
A celebração foi feita em dois atos. Primeiro com o triunfo diante do Portimonense, no sábado, que deixou a equipa com oito pontos de vantagem virtuais, que se tornaram definitivos no domingo, quando o Benfica caiu em Famalicão. Aí começou o segundo ato: a festa no Marquês de Pombal, onde milhares de adeptos ouviram Rúben Amorim lançar o desafio do bicampeonato.
AMARELO: Evangelista contrasta com Schmidt
32 anos depois, o Famalicão voltou a vencer o Benfica. Tranquilo na tabela e já sem grandes objetivos, o emblema famalicense deu prova do crescimento alcançado com Armando Evangelista, ao bater as águias num duelo com implicações diretas no campeonato, já que coroou um novo campeão. Desde que o técnico de 50 anos chegou, só perdeu com o Sporting no que toca a embates com os três grandes (empatou com o FC Porto). A confirmação, se é que era preciso depois do trabalho em Arouca, de que é um dos bons treinadores do campeonato.
Com Puma Rodríguez em grande destaque, o Famalicão soube aguentar uma reação na segunda parte das águias e depois foi eficaz no ataque. Uma estratégia que expôs as debilidades de um Benfica que, pese embora o segundo lugar garantido (e a provável entrada direta na Liga dos Campeões) está em ebulição.
As tochas vermelhas lançadas para o relvado, de fora do estádio, que interromperam o jogo, o capitão Nicolás Otamendi a dizer que comunicação do clube não o deixou dar a cara pelo plantel, as vaias dos adeptos em Famalicão e na Luz, as críticas a Roger Schmidt a subirem de tom. Sinais de um verão complicado no lado vermelho de Lisboa.
VERMELHO: Quo Vadis, Vizela?
Três anos depois de uma ascensão meteórica, desde o Campeonato de Portugal (então terceira divisão) até ao primeiro escalão, o Vizela voltou a cair. A derrota com o Moreirense, na sexta-feira, ditou o ponto final numa estadia entre a elite e expôs uma estratégia da SAD que levanta muitas questões.
A aposta em dois treinadores espanhóis (Pablo Villar e Rubén de la Barrera) sem qualquer conhecimento do futebol português (e sem adjuntos conhecedores da realidade para os aconselharem), um plantel desequilibrado em termos de qualidade, uma estratégia de transferências sem grande definição foram fatores que redundaram numa queda que poucos esperavam, de um clube com uma massa adepta sempre presente.
O regresso ao segundo escalão vai obrigar a um reset da estratégia e a uma reflexão profunda em Vizela. O Santa Clara está prestes a mostrar que é possível regressar rapidamente, o Paços de Ferreira mostrou as dificuldades que podem surgir em restruturar um plantel da Liga para a Liga 2. Quo Vadis? Tem a palavra a SAD vizelense.
