Acompanhe as incidências da partida
Ainda com quatro jornadas por disputar, os dragões já perderam 28 pontos e arriscam ficar pela primeira vez fora dos dois primeiros lugares, algo que nunca aconteceu desde que o antigo internacional português assumiu o comando técnico, em 2017/18.
Nas seis temporadas anteriores, o pior registo do FC Porto era de 22 pontos perdidos em 34 rondas, em 2020/21, ano em que ficou atrás do campeão Sporting, sendo que na temporada anterior perdeu 20, mas ergueu o troféu.
Embora tenha a segunda melhor defesa do campeonato, com 24 golos sofridos, mais um do que o Benfica (segundo classificado), o FC Porto tem apenas o quarto ataque, com menos 32 golos do que o Sporting.
O ataque tem sido um dos pontos fracos da temporada azul e branca, que pode ainda ser salva com a conquista da Taça de Portugal, na qual defronta precisamente os ‘leões’ na final, depois da eliminação precoce na Taça da Liga e de ter caído nos oitavos de final da Liga dos Campeões.
Foi mesmo na Champions que o FC Porto acabou por ter algumas das melhores exibições, com duas derrotas pela margem mínima frente ao FC Barcelona na fase de grupos, e uma eliminação nas grandes penalidades frente ao Arsenal, após um vitória por 1-0 em casa e uma derrota pelo mesmo resultado em Londres.
A temporada azul e branca começou com uma derrota por 2-0 na Supertaça frente ao Benfica, com Pepe a ser expulso perto do final, na primeira das 10 expulsões do clube esta temporada nas várias competições.
Apesar de ter arrancado a Liga com três triunfos, todos por 2-1, as exibições iam sendo bastante sofríveis e o primeiro deslize aconteceu em casa, à quarta jornada, com uma igualdade 1-1 com o Arouca.
A primeira derrota na Liga surgiu à sétima jornada, em casa do rival Benfica, por 1-0, em novo jogo em que o FC Porto terminou reduzido a 10 unidades.
O Estádio do Dragão, normalmente uma fortaleza, não foi fator decisivo esta temporada, com o Estoril Praia a ser o primeiro a abrir uma fenda, com um triunfo por 1-0, à 10.ª jornada, naquela que seria a primeira de três vitórias dos canarinhos em quatro jogos – venceram ainda na Taça da Liga e na segunda volta do campeonato.
Já depois da derrota por 2-0 em casa do Sporting (14.ª jornada) e do empate no terreno do Boavista (1-1), o FC Porto entrou, no início do ano, num dos seus melhores momento, com quatro vitórias consecutivas (três para o campeonato e uma para a Taça), em que marcou 14 golos e sofreu apenas um, numa fase em que Conceição começou a apostar num 4-2-3-1 e com Nico González e Francisco Conceição a assumirem-se como titulares.
Numa temporada marcada também por uma inédita intensa campanha eleitoral, que terá o seu desenlace no sábado, e por problemas judiciais com os líderes da principal claque e alguns funcionários, após uma polémica Assembleia Geral, a inconstância voltaria a vir ao de cima.
O empate em casa com o Rio Ave (0-0), na 20.ª ronda, ao qual se seguiu uma derrota em casa do Arouca (3-2) e um empate no terreno do Gil Vicente (1-1), após um triunfo frente ao Estrela da Amadora (2-0), deixava os dragões cada vez mais longe do título.
A melhor exibição e o resultado mais marcante, pela positiva, da temporada, aconteceu à 24.ª jornada, com uma goleada por 5-0 sobre o Benfica, deixando antever o que podia ser um final de campeonato mais positivo, no qual apenas os dois primeiros lugares permitem estar na Liga dos Campeões da próxima época.
Esta ideia foi reforçada por duas vitórias confortáveis sobre equipas aflitas – Portimonense (3-0) e Vizela (4-1) –, mas os sonhos do título ou mesmo de chegar ao segundo lugar esfumaram-se nos três jogos seguintes no campeonato, com nova derrota com o Estoril (1-0) e dois encontros sem vencer em casa – Vitória SC (1-2) e Famalicão (1-1).
O apuramento para a final da Taça, com triunfo sobre os vimaranenses (3-1), na segunda mão das meias-finais, e um triunfo sofrido sobre o Casa Pia (2-1) fazem o FC Porto chegar a este clássico muito longe dos lugares da frente e com o pódio em perigo, com o SC Braga com os mesmos pontos e o Vitória minhoto a cinco.