Acompanhe aqui as principais incidências da partida
O onze escolhido por Roger Schmidt para o desafio com o Arouca surpreendeu. Se se sabia que Rafa seria o titular, poucos apostariam que o internacional português ocupasse a posição de ponta-de-lança, mas as lesões de Arthur Cabral e Marcos Leonardo assim obrigaram. Florentino Luís foi a outra novidade na equipa encarnada.
No Arouca mais mudanças operadas por Daniel Sousa que fez entrar cinco novos elementos. Arruabarrena, Tiago Esgaio, Robson Bambu, Weverson e Pedro Santos regressaram às opções iniciais do conjunto da Serra da Freita.
Uma mão para ajudar na festa
Pese embora a derrota em Famalicão, que deu o título ao Sporting, o ambiente na Luz parecia mais leve do que nas últimas partidas. Roger Schmidt avisou que Rafa Silva ia sair no final da temporada e as bancadas quiseram prestar uma homenagem ao internacional português, uma das figuras dos últimos anos do conjunto encarnado.
E dentro de campo Rafa também pareceu ser o elemento em destaque. A liderar o ataque, o avançado pareceu combinar bem com quem estava mais atrás dele e o Benfica teve várias oportunidades nos primeiros 20 minutos que só não resultaram em golo devido aos reflexos atentos de Arruabarrena e a falhas na finalização (João Mário atirou à poste).
Foi já perto dos 25 minutos que o Benfica teve uma mão do Arouca, literalmente. Em mais uma boa jogada de envolvimento, João Mário surgiu na linha lateral e cruzou, com Robson Bambu a cortar com o braço. Penálti assinalado e o Estádio da Luz a pedir Rafa Silva. O internacional português recusou e foi Di María a bater Arruabarrena.
À passagem da meia-hora, novo penálti. Desta vez foi Kokçu a surgir nas costas da defesa e a ser derrubado pelo guardião contrário. Castigo máximo assinalado e o turco bateu novamente o keeper urugaio.
Mágoa I
Com 2-0 e um jogo completamente controlado (o Arouca ainda não tinha conseguido fazer um único remate) pensar-se-ia que estavam as pazes feitas, mas o sector onde estão os grupos de adeptos organizados do Benfica fez questão de mostrar que o ressentimento pela época aquém das expectativas ainda lá está. Aos 34 minutos o jogo foi brevemente interrompido com o lançamento de tochas para o relvado. Quando foi retomado ouviram-se cânticos e um uma tarja contra Roger Schmidt.
Só uma pessoa podia acalmar a contestação, o foco da festa: Rafa Silva. Aos 42 recebeu na área e disparou potente para o fundo da baliza. Foi abraçado por todos os colegas enquanto a Luz aplaudia efusivamente o 21.º golo do português esta época (está igualado o melhor registo da carreira).
Toque de classe
O segundo tempo começou como acabou a primeira parte: com um golo de Rafa, e que golo. Aos 46 minutos, recebeu a bola no meio-campo ofensivo, passou por Javi Montero, tirou Weverson do caminho e picou por cima de Arruabarrena. Um toque de classe para o adeus.
Foi o toque para uma segunda parte mais morna. Se é certo que o Benfica nunca deixou de estar no controlo da partida, tirou o pé do acelerador perante a vantagem que já levava. Di María ainda voltou a colocar a bola no fundo das redes com um belo chapéu, mas foi assinalado um fora de jogo na construção da jogada e o lance anulado.
Mágoa II
Até final deu para Roger Schmidt dar tempo de jogo a alguns dos nomes que têm vindo a perder influência na temporada. Tiago Gouveia, Morato, Benjamín Rollheiser e Casper Tengstedt tiveram direitos a minutos e o nórdico pode-se dizer que bem aproveitou.
Lançado aos 77 minutos, marcou com o primeiro toque na bola, depois de um passe de… Rafa Silva. Era o homem da noite.
Contudo, o momento de festa voltou a transformar-se em protesto. O árbitro teve de retardar o recomeço da partida depois mais um conjunto de tochas ter sido atirado para o relvado. Ouviam-se assobios na Luz, uns contra os adeptos em protesto, outros para a direção e Roger Schmidt.
A noite era de festa, os condimentos estavam todos lá, mas a tensão e a mágoa não desapareceu. E até ao apito final, um Estádio da Luz em silêncio ia sendo pontuado com alguns assobios.
Só Rafa é que mudou o ambiente. Aos 85 minutos deu o lugar a João Rêgo. Foi abraçado por todos os colegas de equipa, ovacionando de pé pelas bancadas da Luz onde também se podia vislumbrar adeptos com lágrimas nos olhos. O último grande momento de uma partida que terminou entre um misto de aplausos e assobios.
O Benfica despede-se do Estádio da Luz (15 vitórias e dois empates) com mais três pontos e chega aos 79 da Liga, onde ocupa a segunda posição, a oito do Sporting. O Arouca está no sétimo lugar, com 46 pontos.
Homem do jogo Flashscore: Rafa (Benfica).
